segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pânico

E, de novo, eu tô morrendo de medo.
Medo de ir e medo de voltar.
Medo de que tudo esteja diferente do que eu conheço (e gosto) nas minhas chegadas.

Medo porque eu sei exatamente o que me espera e posso descobrir que, na verdade, eu não sabia era nada.

Medo de chegar e perceber que não sou especial,
E de voltar e perceber que eu sou menos ainda.

Estou com medo de o calor não ser tão quente
ou da escuridão não fazer mais sentido depois de tanta luz.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Entre uns e outros

Entre uns e outros:

Há aqueles que estão a procura

E há aqueles que já (se) encontraram.


E eu teimo em não querer estar nem com uns e nem com outros. Isso existe?
Tomara que sim, agora é hora de mim.


P.S: A foto desse post eu copiei do blog do Gabeira e os créditos são dele. Sim, o Fernando Gabeira, deputado federal pelo Partido Verde, tem um blog que eu leio e recomendo: www.gabeira.com.br/blog

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A verdade dos números

372: 7; 451:2 - mas sem variação zodiacal. 7=2.
Gradação: cedo demais para dizer.

Conclusão, de acordo com o horóscopo: Chegou o momento da libertação! E eu concordo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Suspiro profundo

"No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego"

Vanessa da Mata, Vermelho

terça-feira, 3 de novembro de 2009

No bolo cinza do céu de hoje

Hoje eu acordei.
Saí de casa desatenta às cores. Talvez por isso tenha me surpreendido tanto com a profundidade e espessuara do cinza, quase tocável. Nas minhas lembranças, essa tonalidade não está. Tampouco estou eu.
Tonalidade cinza céu da Escânia: tão baixo que eu poderia alcançá-lo com as minhas mãos, num levantar de calcanhares. Tão denso que aglutina o clima, a cidade e as pessoas.
Cinza tudo, menos eu.
Eu estou vermelha.
Vermelha em regras, roupas, política.
Vermeha em todos os sentidos, menos em um:
Vermelha de paixão.
Buscando esse sentido, caminho como uma cereja
procurando um bolo onde me colocar.
E, não encontrando bolo - de maracujá, de chocolate, pêra, nozes ou mirtilo -
decido me combinar com o cinza concreto do céu de hoje.

Noto que vermelho e cinza combinam bem,
e também que, nesse momento, não há outro lugar onde eu queira mais estar
do que nesse bolo gray de liberdade e possibilidades
onde estou agora.
E me sinto grata pelas decisões que me trouxeram até aqui.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Descrição

Saio do avião e sinto o tempo morno e úmido, o cheiro de terra e mato molhados, constante no ar dessa época do ano. Você está me esperando do lado de fora dos vidros, atrás daquela barra. Chego até você e sorrio. Você me olha fundo nos olhos e não diz nada, simplesmente porque não é necessário. Entrelaçamos nossas mãos com confiança e arrastamos as minhas malas enquanto alcançamos o carro com passos certos.
Assento- me contente enquanto as minhas baterias solares são carregadas. Você dirige sorrindo e toma vento de vez em quando, sempre atento ao trânsito e a mim. Eu olho pela janela impressionada, me lembrando do tamanho das árvores e da intensidade do verde. Antes que eu adormeça, você me pergunta se eu tenho fome e eu digo que estou tão cheia de felicidade que não cabe nada no meu estômago.
Você vai guiando pela estrada e me levando pro lugar que há meses eu sonho em chegar. E você sabe o quanto eu quero estar lá! Me fita enquanto durmo e sente-se grato por eu estar ali.
Chegamos, e eu que ainda estou dormindo, desperto com o seu beijo. Precisamos ir antes que a noite termine de cair.
Subimos as escadas e olhamos tudo lá de cima. Que bom finalmente estar aqui!

Sem ansiedade, sem stress, sem perguntas! Só leveza, confiança, paz e liberdade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Paxá

Só gosto dessa palavra. É uma das minha favoritas em português. Me lembra férias de infância de verão, primos, alto-astral. Fome voltando do clube, coxinha com guaraná, olhos ardios de cloro, ombros ardidos de sol. Montanhas e aquela casinha colorida na qual eu queria morar quando crescesse.
Só essa palavrinha!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saudade = Tatuagem

Suspiro. A saudade está tão impregnada em mim que já se tornou uma tatuagem na minha pele. Arrancar seria a coisa mais dolorida do mundo. E deixaria marcas. Mas é uma coisa que eu escolhi ter. Então é melhor deixar estar e aproveitar a sua beleza.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Há uma mulher atrás

ACabei de assistir um filme que me marcou muito. Há uma mulher atrás!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O tempo e o vento

Cansaço!
Hoje eu queria que tudo fosse num ritmo mais morno e então eu poderia ouvir o som do silêncio.
Só por um tempo rápido.

sábado, 3 de outubro de 2009

Ilusão

Nos dias em que eu mais me desesperava, em que tudo parecia em vão e em que a esperança sucumbia, meu coração repousava tranquilo porque você ia me abraçar. Mas, havia uma condição: eu teria você e mais nada. Nem os meu sonhos e nem a minha feminilidade... Se até a esperança - última que morre - havia sucumbido, como poderia eu sobreviver?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Tigre

Depois de mais de um ano que eu sonhava e sentia os sinais da sua presença, ele finalmente se revelou. E, como já era de se esperar, o fez da maneira mais inesperada e deliciosa. Quando eu menos estava pensando nele, quando eu estava totalmente focada no meu exame, nos meus trabalhos e no meu almoço, ele finalmente surgiu, saindo de dentro da casca do ovo ... do kinder ovo!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Miss Simpatia

Percebo que, no fundo, a decepção que estou experimentando é só o reflexo do sentimento de frustração gerado pela confiança depositada num saco furado e pelo coração aberto à uma parede de concreto.
O que prevalece é a raiva de mim mesma. Me deixei usar, caindo mais uma vez estúpida e inconscientemente no mesmo buraco!
Tomara que tudo sirva para eu ficar mais atenta e não cair de novo nessa. Ou, pelo menos, para que eu seja mais viva e saia mais fácil dos buracos que eu cair daqui em diante.
Agora está bem marcado - talvez como um prêmio de consolação, como aqueles títulos que dão às Misses Congeniality - que é melhor viver com verdade e de verdade, saber
que eu estava ali com tudo de mim, do que me arrastar sonsa por superfícies mornas.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Vai chover na minha horta

Voltei agora do show da Macy Grey e estou inspirada. Então, lá vai:

"ummm sweet sweet baby,
life is crazy
but there's one thing
i am sure of
'that I'm Someone's lady'"

Chuva de benção,
Oh, yeah!

Amem.

http://www.youtube.com/watch?v=yJdh3oNa0bc

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Trem

Na minha vida de menina mineira passaram 29 anos. E vários trens. Mas nunca havia passado antes um trem tão poético quanto o de hoje. Tão poético que foi, levando o próprio poeta.
E eu fiquei na estação, sabendo que só fico ali até seguir para onde quer que eu queira. Desejando novos poemas e certa de que eles estão chegando. Venham de trem, de avião, de bicicleta. Andando ou nadando. Ou caindo de para-quedas. Que venham, que trombem em mim pelos paralelepípedos mais próximos! E que sejam translúcidos ou de cores definidas. Ou não. O importante, mesmo, é que poesias sempre hajam no livro da minha vida.
A poesia desse poeta que o trem levou era tão ambígua que ainda não sei dizer se foi ruim ou se foi boa. Não, foi ruim e boa. E também altamente confusa.
Hoje acordei pensando nele, no quanto a sua força me libertou e no quanto as suas palavras me prenderam. E eu pensava que estava livre. Até que logo outras palavras vieram e eu me percebi presa de novo.
Tudo começou com poesia... foi uma das primeiras palavras que ele me disse. E lindamente poético também foi hoje - provável fim - que despertou com pensamentos sobre liberdade, seguidos por sentimentos de prisão criados por palavras encantadas no celular e depois desfeitos com os números mágicos do horário que o trem partiu. Mas antes de partir, às 14:28, esse trem trouxe certezas de que mais que bons, ruins e confusos, aqueles poemas foram muito especiais. E outros ainda mais especiais estão prestes a dobrar a esquina e vir ao meu encontro.



Hoje foi como sempre foi entre nós: confusão poética contruída por ansiedade aguda em meio a intensos versos rápidos de hi e bye.

"All the days spent together, I wish for better
and I didn't want the train to come, now it's departed"
Warwick Avenue, cantando por Duffy. Não sei quem é o autor.

Eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também

Quando fui para o Brasil da última vez (que foi a primeira e única desde que eu me mudei de lá) eu estava com muito medo de ir. Queria até adiar a viagem uns quatro dias para ver se ganhava tempo. E, para isso, arrumei todas as desculpas possíveis, entre elas: vou perder DUAS aulas, não estou com o visto sueco estampado no meu passaporte novo, a Shannon vai defender a tese dela e (essa é a pior) não vai dar tempo de arrumar mala e de comprar presente para os meus queridos. Acho que se não fosse o fato de a minha mãe ter sido baleada dois meses antes, eu nem teria ido.

Graças às minhas amigas Cigdem e Linda eu fui na data que havia marcado nove meses antes. Elas refutaram todas as minhas desculpas esfarrapadas, me fazendo ver que nenhuma tinha cabimento e se ofereceram para me ajudar no que fosse preciso, inclusive para arrumar a minha mala, e para ir às minhas aulas tomar notas. Quase me colocaram dentro do avião. São uns amores! A Cigdem, especialmente, foi* muito importante para mim nessa vida nova. Sempre sincera e assertiva, ela foi responsável por me dar umas sacudidas e me trazer de volta para a realidade muitas das vezes que eu estava zumbizando lá por Lund.

Mas, voltando... Outro dia eu estava falando desse medo todo para um amigo e ele me perguntou por que eu estava com medo de ir. Eu não soube responder. Ele, no dia, me perguntou se eu estava com medo de não querer voltar. Eu disse que não. E não estava mesmo, porque eu negava e nem queria perceber o tamanho da minha saudade do Brasil.

Mas a pergunta dele não quis calar e ficou como um sininho tocando na minha cabeça. Só parou dias depois, quando eu estava voltando de um shopping em Bangcoc. Eu estava no táxi e, por causa do engarrafamento, devo ter demorado quase duas horas pra chegar no hotel, então aproveitei esse tempo pra refletir. Não me lembro a seqüência de reflexões que me trouxeram a essa conclusão, mas finalmente eu entendi o medo e o sino se apagou. O meu maior medo era de que as pessoas tivessem se esquecido de mim. Ou de eu estar tão diferente que as pessoas não mais me reconheceriam. Ou pior, eu estava apavorada pelo medo de que mesmo após superado o rápido e normal estranhamento (re)inicial, não gostassem mais de mim, seja lá o que for que eu havia me tornado.

Tinha medo de não pertencer mais... de não sentir mais que eu faço parte.

Tinha medo de ter de novo a desconfortável e apavorante sensação de não ter onde caber, que tive quando me mudei de Uberlândia e antes que Brasília se tornasse parte homogênea de mim. Sentimento seco e acidentado de não pertencer mais a canto nenhum do mundo.

Mas... eu encontrei essas pessoas de quem eu estava com tanto medo. E, quando as encontrei, eu vi os seus olhos. E nos olhos que vi não enxerguei estranhamento de nenhuma fração de tempo perceptível à minha humanidade. Enxerguei sim, em cada par de olhos , o reflexo dos meus próprios. E à medida que ia encontrando cada olhar, eu , que estava perdida e fragmentada, encontrava meus pedaços escondidos. E, depois disso, tudo fez sentido, assim mais ou menos:

“(…)

You've got this look I can’t describe,

You make me feel I’m alive

When everything else is all fade

Without a doubt you’re on my side

Heaven has been way too long

Can’t find the words to write this song

(…)” Like a Star, Corinne Bailey Rae

Quando retornei à Suécia, também encontrei olhos: diferentes, coloridos e rasgados. E eles continham os pedacinhos que faltavam. Pedaços bem menores, sem dúvida, mas bastante complexos e essenciais na minha composição.

E foi a junção de todos esses olhares que me fizeram inteira de novo. Até o meu sono eles devolveram. Foi como se, ao ver seus olhos abertos, eu pudesse descansar os meus.

E eu concordei com Murilo Rosa e Chico Pinheiro: "A minha casa está onde está o meu coração". E, ao invés de me sentir sem lugar porque no meu coração estão coisas, lugares e pessoas tão diferentes, dessa vez eu senti o contrário. Senti que meu lugar não é só um, meu lugar são vários e isso... É BOM DEMAIS!

Então, meus amigos (muito, muito, muito) queridos... Muito (muito, muito, muito) obrigada por vocês existirem e por me enxergarem quando me olham. Amo (muito, muito, muito) vocês.

*Digo foi porque ela terminou o curso agora e se mudou da Suécia. Vou sentir saudades muito doídas dela.

P.S.: Percebi agora que esse é um blog principalmente dedicado às pessoas e à sua importância na minha vida.


Entre Bangcoc e Phuket, 27 de julho de 2009.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vida, interrompida.

E, finalmente, eu entendo a beleza do (possivelmente) mais famoso poema do Drummond*. Entendi... de repente... como alguem que acha uma pedra no meio do caminho. So' que, no meu caso, a pedra foi um buraco.

Cheguei em Bangkok com tudo!
Entre os milhares, eu tinha a coragem. Entre as dezenas, eu fui um dos 7. Entre os mais de trinta eu tinha sido a unica.

Entao, com tudo, la estava eu. A mochila pesada nas costas. O interesse nutrido por dois anos. A bolsa, os bahts, os dolares que se tornariam kyats.Vontade, completa de boa vontade. Camera nova. Os ideais e o idealismo que permeiam o meu coracao. Um guia, alguns textos impressos. O pouco conhecimento e as leituras que suplementam meu ativismo e a minha paixao. Energia, esperanca. Empolgacao. Meu pai como exemplo. Eu era corpo e alma. Eu tinha cara e muita coragem. Eu tinha tudo.


Mas... um buraco. Tinha um buraco no meio do caminho. E o buraco me tomou o pe'. E eu tinha tudo, menos o pe' esquerdo. E sem o pe' esquerdo TUDO era nada.



* No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade
In Alguma Poesia
Ed. Pindorama, 1930

domingo, 12 de julho de 2009

Amor maior que eu



Você deve estar me achando a maior chata e boba... Mas quanto mais o tempo passa, conjugado com essa distância enorme, mais eu percebo o quanto vc é especial para mim. Então eu sigo declarando o meu amor. Porque, na verdade, não estou repetindo a mesma coisa. Estou falando de quantidades de amor e afeto e carinho e admiração e amizade diferentes, maiores, mais conscientes e mais concretos a cada dia.


Fabi, vc e' a mulher da minha vida!

Desejos Fúnebres

Isso aqui é sério e é importante. Mesmo.

Quando eu morrer eu quero que o máximo do meu corpo seja aproveitado: órgãos doados e o que não tiver jeito de ser aproveitado por uma pessoa precisando de mais saúde, que seja doado para a ciência.

E, por favor, não fiquem gastando dinheiro pra transportar meu corpo daqui pra ali. Doem meu corpo para o curso de anatomia mais próximo!

Não chorem a minha morte: celebrem a minha vida. Saibam que eu adorei viver, com todas as minhas forcas. E que a minha vida, ate agora, foi abencoada por sorte, saude, felicidade e coisa boa. Muita coisa boa.

Nada de flores! Pelo amor de Deus, não vão matar mais um moooonte de seres só pq eu morri. Se não conseguir passar sem as flores, plantem flores e árvores. Mas NÃO as arranquem.

E' claro que quem estiver a fim de chorar, pode chorar, deve chorar. Mas, por favor, sem culpas e sem dramas. E lembre-se das coisas boas que vivemos juntos. E lembre-se do quanto voce foi importante para mim e me fez rir e sorrir e viver um monte de trem que foi, no minimo, da maior importancia para o meu crescimento.

E, se eu tiver inconscientemente, feito alguma coisa que te machucou, me desculpa.
Se eu tiver sido uma babaca e ainda nao me arrependi, ou me arrependi e nao tive tempo/coragem para me desculpar. Por favor, tente me perdoar agora.

Bem... acho que e' isso.

Olha, não fiquem preocupados, isso não é, nem de perto, uma carta suicida. Acho que quando se mora longe, pensa-se mais na fugacidade da vida. E eu, particularmente, penso em morte quando estou prestes a viajar. E estou para fazer uma grande viagem !



Ah, e se quiserem meu cabelo pra fazer peruca, também pode ;)
Aproveitem cada tiquim do que sobrar de mim. Vale?

domingo, 28 de junho de 2009

O Chamado


A vida real está me chamando lá fora, com sol, lua e infinitas possibilidades.
Volto quando estiver vivendo menos.

Até!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Importância

Entre aqueles braços
Eu descobri que o meu desejo e a minha satifação
cabem em outros beijos e abraços
Eles não estao condenados a pertencerem a alguém
Eles são meus, só meus

E eu os dou pra quem eu quiser



... depois é só eu pegar de volta!

Chocolates amargos


Ela deu a ele uma caixa de chocolates que trouxera de muito longe.
Os bombons estavam derretidos.
Mesmo assim, quando ele recebeu os chocolates, agradeceu: com sorriso nos olhos e palavras nos lábios.
Alguns dias depois ela recebeu seu vômito: eletrônico e amargurado.

Strawberry Fields Forever



Morangos nao sao apenas morangos
Morangos sao inverno no Brasil
e sao primavera na Suécia
Mas o importante é que, nos dois lugares,
Só há morangos quando o tempo é fresco o suficiente
... ou morno o suficiente

Temperatura ótima!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Disse que disse

Diz a minha tia que o Fernando Pessoa disse isso:

"Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um."

As duas pessoas sao muito espertas: o Fernando e ela.

sábado, 20 de junho de 2009

Dia Mundial dos Refugiados

Hoje é o dia Mundial dos Refugiados. Isso nao significa tanto para os meus amigos brasileiros, o que - como tudo na vida - pode ser visto desde ângulos positivos e negativos.

O aspecto positivo, na minha opiniao, é o fato de que o Brasil, há muito, nao tem problemas que levam ao refúgio. É claro que existem os deslocados internos (acho que esse é o termo em português para internally displaced person) e êxodos dentro do Brasil, tanto por causas econômicas quanto por desastres naturais ou os dois combinados. E eles sao graves e inúmeros.

Mas o sentido de refugiado ao qual me refiro e ao qual o dia de hoje se dedica é aquele adotado pelo estatudo dos refugiados: pessoa que encontra-se fora de seu país de origem e não pode (ou não quer) regressar ao mesmo "por causa de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política”. Esse conceito depois foi emendado por outras convençoes, para incluir também quem teve que deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.

Nesse sentido, apesar da violência e da desigualdade econômica - vivenciada por todos a cada dia - e do racismo, do machismo e de outras formas de discriminaçao - vivenciada pelas minorias - felizmente nao precisamos buscar outro país para vivermos como consequência de sermos vítimas de perseguiçao. E, desde o processo de redemocratizaçao, o Brasil nao é um país "exportador" de refugiados.

Já os aspectos negativos da ausência de costume dos brasileiros ao convívio com refugiados, ao meu ver, sao vários. Em primeiro lugar eu destacaria a falta de percepçao de que eles existem. É uma falta grave ignorar cerca de 16 milhoes de pessoas em todo o mundo*. E eu nao estou falando da ignorância do brasileiro médio. Estou falando da ignorância em que se recolhem a maior parte dos meus amigos, que sao gente de classe média-alta, que vive em grandes centros e dispoe de amplo acesso a informaçao e a cultura. Ignorância da qual eu também era vítima antes de me mudar para a Suécia.

É claro que essa ignorância tem desculpas e justificativas muito plausíveis que vao desde o descaso da mídia - que nao dá pra discutir agora e seria assunto pra mais de um zilhao de posts - ao fato de o Brasil nao receber refugiados. E sobre o último eu quero, sim, discutir.

Antes de me mudar pra Suécia pra estudar direitos humanos eu já me interessava pelo tema de refúgio e tinha vontade de escrever a minha tese sobre o assunto, mas eu nao sabia quase absolutamente nada sobre isso. É claro que nos quase 10 meses que estou aqui aprendi um pouco. Contribuíram para o meu aprendizado diversos fatores: as aulas no mestrado sobre direito dos refugiados, o fato de eu frequentar congressos sobre os direitos dos refugiados, etc.

No entanto, a minha percepçao e o conhecimento sobre o tema mudaram substancialmente pela circusntância de os refugiados fazerem parte da minha rotina. Vários de meus vizinhos, companheiros de sala, e outras pessoas iguais a mim sao refugiados. Tenho amigos próximos que foram refugiados de guerra. A experiência de todos eles é traumática, claro, mas cada um a enfrenta de formas diferentes. Dentro da mesma família é muito diferente o resultado que o evento causou. Enquanto alguns se sentem muito bem no país que os abrigou, outros só querem voltar - o que também é assunto para outro post.

Enfim, o assunto desse post é que o Brasil recebe muito poucos refugiados tanto em número quanto comparativamente - o que choca, quando se sabe que é considerado pelo ACNUR (Alto Comissariado das Naçoes Unidas para Refugiados) um dos países mais justos e democráticos do mundo no que diz respeito ao processo de concessao de azilo.

A Lei 9474 de 1997, é a lei brasileira que determina os mecanismos de interpretaçao do Estatuto dos Refugiados (adotado pelas Naçoes Unidas em 1951). Essa lei foi o primeiro ato legislativo da América do Sul a considerar violaçoes graves e generalizadas aos direitos humanos como base para obentaçao da condiçao de refugiado e se converteu em um modelo para a regiao. A lei garante aos solicitantes de asilo o direito de trabalhar e de utilizar os serviços públicos, de saúde e de educaçao enquanto aguarda a decisao de sua solicitaçao de azilo. A lei também garante o provimento de aulas de português e de auxílio linguístico a fim de que o refugiado se integre com mais facilidade à sociedade. É óbvio que uma vez constatado o status de refugiado e concedido abrigo, esses direitos permanecem.

Além do avançado sistema de recepçao adotado pela legislaçao brasileira, as decisoes sobre a concessao ou nao do status de refugiado proferidas pelo CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados) levam em consideraçao a perseguiçao de gênero e contam com um amplo conceito no que se refere aos familiares das vítimas de perseguiçao, incluindo avós e até sobrinhos.

Mas por que, entao, ninguém conhece nenhum refugiado? Por que o número de refugiados é de menos de 4000 em todo o imenso território brasileiro?

A conclusao nao é nenhum pouco brilhante, é óbvia. Os refugiados abrigados no Brasil tem os mesmos direitos que qualquer cidadao brasileiro.

E, parece estranho dizer isso, mas todos os cidadaos brasileiros tem direito a educaçao, a saúde, a moradia, a nao-discriminaçao, a cultura, a lazer, meio-ambiente saudável e a mais uma porçao de outras coisas essenciais. Todas elas asseguradas pela constituiçao. E a constituiçao é a Lei Maior, base fundamental de todo o ordenamento jurídico. Muito maior do que qualquer lei ordinária que regula a concessao de azilo.

Sim, todos os brasileiros tem direitos. Mas quais brasileiros tem acesso e vêem esses direitos realmente cumpridos e implementados pelo Estado? Os exemplos sao tao raros e a desigualdade tao grande que, muitas vezes, quando a um brasileiro é oferecido serviço público de qualidade, ele tem a impressao de que está recebendo um favor. E também é muito comum no Brasil a mentalidade de que tudo que é público deve ser do mais barato, do mais feio, do mais chinfrim - como se o público nao fosse dele.

Assim, o que sobra para os refugiados? Um pedaço de papel e as dificuldades de nao falarem portugues, nao terem amigos, nao terem uma network e terem traumas e terem medo e terem desespero e terem esperança. Será esperança suficiente?

E aos brasileiros, o que sobra? Um pedaço de papel que se convencionou mais importante que os outros, uma das piores distruibuiçao de renda do planeta, violência, esperteza -burra, e coraçoes que parecem ser grande e caber todos. Mas serao os coraçoes grandes o suficiente?


*Segundo o relatório Refúgio no mundo: 2008 tendências globais, publicado esse mês pelo ACNUR



Barcelona finalmente me mostra a sua verdadeira face

Eu acho que sou um tanto egoísta.

Assim... na verdade mesmo acho que sou uma loner, mas nao sei muito a diferença nao, se é que ela existe. O negócio é que eu esqueço disso e me enfio em grupos quase sem perceber. Mas acho que sou menos feliz quando esqueço da minha verdadeira vocaçao pra solidao, sei lá...

Também nao sei quando tomei a consciência de que sou loner, mas foi há muito tempo, na infância ou adolescência. Talvez o fato de ter sido filha única por 6 anos e meio tenha ajudado. E depois ainda teve o agravante de o meu irmao ser bem mais novo e tal.

A verdade é que quando penso nas minhas viagens, a maioria das minhas recordaçoes mais gostosas e fascinantes aconteceram quando eu estava sozinha. E eu peço que me perdoem, por favor, quem já viajou comigo. A grandicíssima maioria das minhas viagens acompanhada também foi muito legal e eu adoro viajar com os meus amigos.

O lance é que gosto de silêncio e preciso do silêncio pra organizar minhas idéias, pra ouvir os meus insigths. E também adoro conversar, bater-papo, trocar idéias e impressoes. Mas eu acho que demanda muita energia de mim manter uma conversa o tempo todo. E sao raras as pessoas que aceitam o silêncio sem estranhamento. A maioria acha que tem que haver diálogo e barulho o tempo todo.

Enfim... nao sei direito o que acontece, mas sei que muitas vezes gosto de estar só e que é nessas horas que muitas coisas interessantes acontecem. Já contei pra um amigo hoje, o que aconteceu ontem. Entao vou posar a conversa aqui.

Alê says:

oi, vc tá acordaNDO ou tá indo dormir?

Telmo says:

Hello amiga

Acordando

Alê says:

hello, legal!

cara, finalmente bcn me mostra a sua loucura, me mostra a que veio

ontem foi um dia louco

Telmo says:

Si?

Alê says:

síii, finalmente

Telmo says:

Cuentame, cuentame

Alê says:

é que eu estou finalmente sozinha, depois de 2 semanas rodeada de gente 24hs

e eu preciso de tempo sozinh

e acho que a loucura me acha mais fácil qdo eu to sozinha

Telmo says:

Sei

Alê says:

a partir do momento que eu deixei a minha amiga americana encontrando o namorado sueco na praca catalunya, toda a loucura comecou

Telmo says:

Ebaaa

conta aí

Que loucura?

Alê says:

uai, fui procurar uma livraria-café

e acabei indo por outro caminho

e havia um trem anunciando uns contos que comecariam em 10 minutos

perguntei se tinha vaga, tinha, se era em espanhol, era. Entrei

e os contos foram doidos, foram massa e eu curti demais

depois continuei a minha busca pela livraria-café

aí, no meio do camino, encontro uma micro-trioelétrico

com um monte de gente acompanhando no meio da rua

mas com música eletronica

bem legal, todo mundo doido, animado

e os mouros vendendo cerveja e vindo atrás de mim

Telmo says:

Claro

Alê says:

cara, nao sei o que eu tenho que encanta os mouros, rs

Telmo says:

Sii?

Alê says:

siiiim, é mto engracado, e um pouco assustador ao mesmo tempo

Telmo says:

Entendo perfeitamente

Alê says:

e depois no meio disso tudo encontrei uns suecos, o que tb foi engracado

Telmo says:

rs

Alê says:

mas o minicarnaval eletronico em raval foi o bicho,

e foi engracado pq eu tava tomando água -sempre - e os suecos comecaram a perguntar que droga eu estava usando,

Telmo says:

kkkkkkkkkkkk

Alê says:

depois acho que a bateria do mini trioelétrico acabou e eu fui achar a tal livraria. mas, já estava na porta

achei que a livraria fosse doida,

mas nao

um café com alguns livros

nada demais

pensei que fosse uma livraria cebo muito doida, num lugar magnífico, com altos livros antigos

só mais um café enfumacado, com uns livrinhos mixurucos

Telmo says:

rsrs

Alê says:

no meio da galera massa, tinha um cara que me lembrou mto vc

Telmo says:

Si?

Pq?

Alê says:

demais

jeitao, sei explicar nao

Telmo says:

Ah

Já sei

Pq ele te achou feia, sem graça e sem charme, como eu acho?

hahahahahahahaha

Alê says:

hahahahaha, eu nao sei o que ele achou de mim nao

Telmo says:

rs

Alê says:

o msn caiu, mas eu estava dizendo que eu nao sei o que ele achou de mim nao

mas eu achei que ele lembrava vc, rs

Telmo says:

O parecido comigo era de qual etnia?

Alê says:

vc pode me fazer um favor?

Telmo says:

si, por supuesto.

Alê says:

me mandar a nossa conversa desde o início... é só copiar e colar num email

Alê dice: (13:54:02)
é que quero usá-la num post que estou escrevendo agora
Telmo dice: (13:54:18)
Pronto
Telmo dice: (13:54:51)
Your wish is my comand
Alê dice: (13:56:04)
obrigada! pra que e-mail vc mandou.... já recebi!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Descabelando!


Recebi um e-mail outro dia que queria colocar aqui. Mas já joguei fora.
Dizia que as coisas boas da vida descabelam. E desejava que todas as mulheres vivessem descabeladas.

Eu desejo que todas as pessoas que eu gosto se descabelem toda hora que acharem que vale a pena!

Desde que saí da Suécia sem bilhete de volta, para aproveitar o verao do hemisfério norte, tudo o que quero é me deixar descabelar pelo vento (or whomever) e seguir pra onde o meu cabelo indicar, como se eu fosse a minha própria biruta...

Uai, e eu nao sou?



Barcelona, 18 de junho de 2009.

Pois é... Nao posso reclamar de nada nessa vida. Tudo que peco, recebo de presente do universo. Se tem algum defeito, a culpa é minha, que pedi errado. Hoje acordei cedo, pra vir pra escola de espanhol. Chequei rapidamente meus e-mails, no celular mesmo. Olha só o que encontrei! (Nao sao lindas essas sincronicidades?)

VIVER DESPENTEADA

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie, por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…

O mundo é louco, definitivamente louco…O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro. O sol que ilumina o teu rosto enruga. E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar a pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado…, mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora, o aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença: arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique seria… é, talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz?

Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita…

A pessoa mais bonita que posso ser!

O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.

Por isso, minha recomendação a todas as mulheres: entregue-se, coma coisas gostosas, beije, abrace, dance, apaixone-se, relaxe, viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, corra, voe, cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável, admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo:

***Deixa a vida te despentear!!!***

O pior que pode passar é que, rindo em frente ao espelho, você precise se pentear de novo...



sexta-feira, 12 de junho de 2009

Déjà-vu

Acabei de escrever o post aí embaixo e quando olhei a data tive certeza: já vi essa cena, já tive essa sensação...
Há exatos 7 anos era copa do mundo não sei onde... mas sei que era em algum lugar distante, porque os jogos só passavam no Brasil no meio da noite. E eu sempre gostei de dormir cedo - com exceção dos tempos que andei fora de mim lá na Suécia.* E também sempre gostei de copa do mundo. O fato é que nesse dia de sete anos atrás, eu estava doente e resolvi ficar em casa e descansar, ao invés de ir com os meus amigos - e com um amigo mais especial que os outros - pra um bar assitir o jogo.
Não me lembro mais se eu queria assistir o jogo de casa... ou se só ia dormir mesmo.
Me lembro que estava muito doente... com aquela sensação que a doença dá de que se está muito vivo. Sabe aquilo... quando o corpo luta para combater a febre e a gente sente muito e sente tudo e sente tudo muito?
E no meio de tanto sentimento eu senti uma vontade imensa de dizer pra esse meu amigo especial o quanto ele significava para mim, o quanto eu o admirava, o quanto ele me fazia entender as coisas de uma forma diferente, o tanto que era bom tê-lo por perto. Entao, como quase sempre faço, resolvi escrever uma carta comunicando isso tudo.
E escrevi, e escrevi, e escrevi... no final havia um monte de coisas boas pra esse meu amigo.
E depois do final resolvi colocar a data.
Quando escrevi a data me dei conta: é dia dos namorados. E eu estou completamente apaixonada pelo meu amigo.
Entreguei a carta e escolhi a amizade.

Hoje escrevi e em seguida percebi que é dia dos namorados, assim como aconteceu naquele dia. Me lembrei dessa história, mas não me dei conta da mesma coisa de aquela vez. E queria ter dado... queria sentir muito, queria sentir tudo, como senti aquele dia.

Agora me veio um insight: DAR-SE CONTA. Acho que é isso. Preciso primeiro dar-me a mim mesma, para depois ganhar as contas.

*Estou em Barcelona, btw.

Nem um nem outro









Apesar de tanta confusão com os nomes, descobri. Nem Deus, nem Demônio. Era só um homem.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Emergindo




Vc falou que eu era profunda e que gostava disso, então eu fui tão fundo em mim e submergi de tal forma que a minha visão ficou turva. Encontrei água demais e não consegui mais me ver e nem ver o mundo - do qual sempre tive sede. Engasgada com sua inconstância não consegui tomar mais nenhuma gota.

vc falou que não gostava da minha beleza, então eu a afoguei, só pra te agradar.

Pronto, deu.

Transbordo para fora de mim tudo o que me prende de seguir na jornada que escolhi, e salto de volta para a realidade mais bela do que o arquétipo da sereira adolescente que cresceu.

Quero (me) ver (n)o mundo em outras cores e mudar de ares, mesmo tendo aprendido que posso respirar de baixo d´àgua.

Navegar é preciso: quero agora nadar em águas rasas.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Pulando do Aquário

Fish, Amanda
Pez, Maritza
Fisk, Alessandra


Todas Peixes
Deixando seus traços em riscos d'água


Entre Copenhaguem e Madrid, 20.12.2008