quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Suspiro profundo

"No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego"

Vanessa da Mata, Vermelho

terça-feira, 3 de novembro de 2009

No bolo cinza do céu de hoje

Hoje eu acordei.
Saí de casa desatenta às cores. Talvez por isso tenha me surpreendido tanto com a profundidade e espessuara do cinza, quase tocável. Nas minhas lembranças, essa tonalidade não está. Tampouco estou eu.
Tonalidade cinza céu da Escânia: tão baixo que eu poderia alcançá-lo com as minhas mãos, num levantar de calcanhares. Tão denso que aglutina o clima, a cidade e as pessoas.
Cinza tudo, menos eu.
Eu estou vermelha.
Vermelha em regras, roupas, política.
Vermeha em todos os sentidos, menos em um:
Vermelha de paixão.
Buscando esse sentido, caminho como uma cereja
procurando um bolo onde me colocar.
E, não encontrando bolo - de maracujá, de chocolate, pêra, nozes ou mirtilo -
decido me combinar com o cinza concreto do céu de hoje.

Noto que vermelho e cinza combinam bem,
e também que, nesse momento, não há outro lugar onde eu queira mais estar
do que nesse bolo gray de liberdade e possibilidades
onde estou agora.
E me sinto grata pelas decisões que me trouxeram até aqui.