sábado, 18 de dezembro de 2010

Lágrimas II

Passam as lágrimas, o coração fica: limpo e aberto!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

MestrA

Tive que escrever uma dissertação de mestrado, em inglês, pra convencer a mim mesma que o meu jeito de ser mulher é feminino.

Demorou. Foi difícil, tortuoso, tive dúvidas. Mas... Consegui!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Lágrimas

Hoje eu chorei muito.
Chorei de amor.
Há bem mais de dois anos não chorava assim.
Bem... sou capaz de novo.

Bom ou ruim?

domingo, 5 de dezembro de 2010

Palavras ditas

"As palavras saem quase sem querer
Rezam por nós dois
Tome conta do que vai dizer
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros.
Se quiser ouvir
É fácil perceber

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração"


Trecho de Palavras, Vanessa da Mata, escrita e cantada por ela mesma. Disco: Bicicletas, Bolos e outras alegrias. Música linda em álbum fabuloso!

Perfeição



Fora: neve, muita neve.
Dentro: bossa nova, velas e vidros embaçados.



.


sábado, 4 de dezembro de 2010

mediocridade

Acredito que não exista nada mais medíocre do que não fazer nada temendo que o que se faça possa ser pouco.

Fui medíocre várias vezes.

sábado, 23 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

11 de outubro de 2010

Hoje é dia de Maria, de São João, de Santo Antônio, de Natal, de ano novo, da poesia, do amor...
Mas que dia é dia de mim? São todos ou não é nenhum?
Que dia é o dia, aquele dia, tudo certo, tudo perfeito, eu decidindo, eu realizando. Que dia vai chegar esse dia onde tudo que eu penso acontece... quando eu serei a verdadeira bruxa. Onde todas as minhas expectativas realmente se realizarão.
Será que um dia vai chegar esse dia? Ou será que esse dia passou despercebido. Ou será que esse dia é agora?
Que ansiedade é essa que não me deixa viver e só esperar que o dia se die. Por que preciso tanto de esperar um dia se hoje é um dia?

Brasília, 30 de março de 2005.

O mar é meu


As línguas do mar lambem a terra, a areia...
Lambem a bunda das meninas, das metidas, das sereias
Lambem as pranchas, a parafina, a cabeleira...
E em ti eu me perco entre receio e desejo
Oh, mar, tens sede de que?
Qual é teu gosto? Que gosto é esse que procuras, que queres sentir?
Em ti me perco entre ficar e partir
Estará na perda a maravilha, o encanto?
Estarei em mim quando em ti? EStarei livre de mim quando em ti?
Em ti meus contornos são dissolvidos, e quando percebo já não sei mais se sou eu ou se sou ti.
Sou tudo, sou nada, sou do mundo, sou eu e sou Deus quando és meu e eu sou de ti.

Brasília, 06 de janeiro de 2006.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O que eu sei

Dissemos oi, depois de um tempo sem termos dito nada.
E aquele oi me fez lembrar o quanto é bom quando nos dizemos coisas, ou quando não dizemos nada, o cheiro, o sorriso, todos olhos e ouvidos.
E depois veio um adeus esquisito, mas que me trouxe a conta de que eu não queria mais os tempos de silêncio. E, como sou mulher de ir atrás dos meus quereres: fui!

Fui mesmo sem entender porque. Bem... fui sem entender, mas fui com sentir. Porque sabia bem dos batuques sacudidos daquele oi e do desencaixe agitado daquele adeus. Só que quando decidi ir, estava longe. Mas fui mesmo assim, porque sou mulher de ir atrás dos meus quereres e a viagem pro Brasil tava me mostrando que amanhã pode nunca passar de mera projeção. Então agora tornei-me mulher que vou atrás dos meus quereres incontinenti.

Disseram-me* que o Universo conspira a favor quando somos sinceros com o que queremos. Talvez por isso, dissemos oi de novo. Em seguida dissemos coisas e olhos e sorriso e lábios e cheiro e ouvidos e nada. Mais oi.

Também dissemos ciao. Dessa vez é ele quem pra vai longe. Tem data pra voltar logo. Mas nunca se sabe, também aprendi na minha mais recente viagem ao Brasil.

O que eu sinto, logo sei,  é que nosso ciao não teve jeito de adeus. Teve jeito de: olha, foi muito massa tudo que aconteceu entre nosso primeiro oi e esse momento de agora. Então, vamos simplesmente viver porque sabemos (eu sei e eu sei que ele sabe) que se for pra rolar, vai rolar. Sigamos tranquilos as nossas vidas que, quando for a hora, diremos oi de novo. Ou não. Em todo caso, o que já aconteceu foi catalogado como especial.

O que eu sei é que eu não tenho que me preocupar, se for pra valer, o Universo dirá amém.

Espera! É real, é pra valer: o Universo já disse amém.

GRATIDÃO!


*Quem me disse isso foi uma colega do mestrado do Tajiquistão. Mas ela disse que foi o Paulo Coelho que disse.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

JUST DO IT!

Domingo acordei e, assim que saí da cama, me pus a correr, como faço quase todas as manhãs.
Mas, aquela foi uma manhã diferente.
Diferente porque EU CORRI 10 KM! 10 km a velocidade média de 11.45 km/h.
Eu: que tantos pensam ser uma molenga.
Eu: que muitos um dia chamaram Alesmandra.
EU, que, domingo, me fiz alheia ao que as pessoas pensam ou julgam a meu respeito.
Eu: alérgica, rinítica, asmática.
Eu, que, pelo menos domingo passado, deixei de me importar com o que penso de mim própria e só corri.

Corri.
Corri!
Corri...
Corri até DESCOBRIR QUE POSSO TUDO! É só começar. E ir continuando.

Beijos!

Não costumo postar beijos no blog, mas tanta endorfina me deixou eufórica, esbanjando amor ;)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Globalização

Ela é brasileira e mora na Suécia. Estava no Rio de Janeiro e foi pra balada com os amigos. Acabaram num pub irlandês onde, ouvindo música americana, conheceram um italiano que já havia morado na Suécia e um dinamarquês que fala português. Sua amiga foi beijada pelo italiano. Ela, pelo dinamarquês.

Pouco depois, ela e o dinamarquês se beijaram novamente, desta vez na Suécia. Lá almoçaram num restaurante mexicano, tentaram falar sueco e jantaram comida indiana.
Logo em seguida, na Dinamarca, ele ensinou a ela algumas palavras do seu idioma. Obviamente, se beijaram. Depois, delivery tailandês.






Pararam de se beijar em inglês, nalgum km da ponte sobre o estreito do mar Báltico que divide ditos países Nórdicos. Algum tempo havia passado e ela já não sentia fome.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

100%

Eu sou inteira em mim.
E isso é boooooooooom.

Não preciso mais.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pontos de Luz

Meus melhores amigos já se foram. E, por mais que eu sinta a ida deles, já estava preparada. No início do ano, quando tudo estava escuro e coberto de neve, eu antecipei tanto meu sofrimento... Vi cada um partindo, ouvi as palavras de adeus, me molhei em lágrimas. E, com tanta antecipação, até overcoming the pain também se antecipou. Sei que não estou perdendo ninguém. Sei que só estamos nos espalhando. E, quando eu pensar no mundo, pensarei em cada um como uma lanterna brilhante. E serei feliz e me sentirei confortável ao tricotar no meu pensamento uma malha de luz, ligando as pessoas que gostam de mim e de quem eu gosto tanto. E faremos planos para nos reecontrarmos e isso me dará impulso e energia! E, só o fato de ter tomado ciência de que tais pessoas existem, fez tudo valer a pena.

domingo, 30 de maio de 2010

Conselho da vovó

Eu conversava com a minha avó e dizia:

Ah, vovó... ele não era mesmo o meu tipo! Eu gosto de comunistas, de cabeludos, de...
Ela, em sua sapiência, me interrompeu:

- Uai, então você tem que ir pra Cuba.

Ela deve ter razão. Acho que ela tem razão. Próxima parada: Havana!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bolinha de Gude*

Ponho meus olhos nele e ele põe os seus em mim.

Nos olhos dele eu esqueço que só dormi uma hora para amanhecer hoje fazendo um projeto que só me desanimou. Esqueço que domingo sofri por causa daquele cara que mora do outro lado da ponte. Esqueço que tenho que ler milhões de páginas pra segunda, esqueço que sex and the city estreiou nos cinemas. Só me lembro que ele é definitivamente o homem mais lindo que eu já vi em toda a minha vida e ainda por cima é vermelho, um doce de simpático, uma animação, uma graça. Bem que ele podia ser aquele cara que que a cartomante falou... e desejo o seu desejo.


Nos meus olhos ele se esquece do que ia pedir no balcão e de onde eu venho, se lembra em seguida que eu sou brasileira e deseja que eu fosse hispano-hablante.

*ou os olhos do lobo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

As lutas que eu escolho lutar

Para eu resolver entrar numa briga ou lutar por alguma coisa, meu maior critério é o troféu que estou disputando.

Se ganhar ou se perder não importa tanto, importa mais pelo que eu luto.

Quero esse troféu?
Quero esse troféu apesar da possibilidade dos arranhões, das bofetadas e dos olhos inchados?'

Vale a pena?

Ainda não sei. Punhos cerrados, tudo fica claro.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O genro da minha mãe

Hoje a minha mãe me perguntou sobre o genro dela.
Essa foi a resposta que eu dei:

Mãe,

o seu genro está andando pelo mundo. E, como eu, esperando o dia que nos conheceremos e nos admiraremos e nos respeitaremos e sentiremos um tesão incrível um pelo outro e teremos filhos juntos e seremos felizes e parceiros até quando acharmos que estiver valendo a pena.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

única

não há isso de sinais.
O que há é a vida real.
E a própria cabeça, o próprio espírito, o próprio corpo.
E este último, conectado com o Todo, contém o conhecimento necessário.

Não tema, só se vive uma vez!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Até quando?

Deixei para amanhã. Há um ano atrás.

Dúvidas

Hoje uma amiga minha perguntou se eu tenho um check-list pra saber se um cara é o cara. Na hora respondi que não, que não tem dessas coisas.

Mas agora me ocorreu uma dúvida:

Eu abriria mão da possibilidade do loirão de dreadlock???

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O caçador e a caça

Ainda no início da noite, ele disse algo que me irritou profundamente. Talvez por ser verdade, talvez por não ser recíproco, eu quis ir embora dali: depressa, correndo, não me importando o horário do trem, o país ou ele.
Mas antes que eu tivesse tempo e sem nem perceber, ele domou aquela raiva toda e eu quis ficar.


Já no final da noite, como se me conhecesse há muito mais que me conhece, ele disse algo que me atingiu profundamente. Nem onça, nem gata... talvez leoa. E, num sinal, insistiu no felino certo. Depois murmurou as palavras que dias antes rezei para ouvir.

Algo sério aconteceu. Alguma coisa mudou.

Na próxima manhã eu fugi dali: depressa, correndo, não me importando o horário do trem, o país. Ele me importa.

Será só mais um homem com uma arma ou o meu companheiro de caça? A verdade é que eu quero muito que ele realmente means what he says. . Mas isso, só o tempo vai fazer saber. E eu sei que não vou ter que esperar muito: oversas sua maior qualidade é a de ser voraz.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

V.I.P

Hoje foi embora de Lund alguém que teve importância considerável na minha vida. Não foi exatamente importante por quem é ou pelo que é, mas pelo que (me) fez.

Sabe o que fez? Me fez saltar assim... pluft! dos 15 para os 29(na época).
Me fez perceber o quanto eu havia crescido. Me mostrou que eu realmente aprendi muito com tudo que vivi até ali. Sim, o quanto eu sou MA-DU-RA! E o mais massa disso é que, talvez pela própria matureza, tal percepção se deu sem sofrimento de nenhuma espécie.

Minto. Talvez uma pequena desilusão por esperar (sempre) que as pessoas sejam transparentes e corretas comigo como eu sou com elas. E isso só porque eu, teimosa, desafiei a minha intuição, que me bipou lá bem no início de tudo. Ah! Tb não me crucifico. Eu tava mesmo num mood de me aventurar.

Mas acho que essa pessoa não sabe da importância que teve. Acho que se acha muito mais importante do que, de fato, foi pra mim.

E a sensação que tenho é que só daqui a muitos anos, quando nos reconhecermos em algum canto do mundo, vou lhe dizer: você foi só uma pessoa ordinária, eu é que estava no meu momento. Aliás, não. Isso é o que eu diria hoje, na pequena maturez que acumulei. Em muitos anos, estarei madura demais para dizer qualquer coisa.


"Mas timing é tudo na vida. E eles estavam descompassados. Ela queria apenas uma garantia de encontros casuais. Já ele, não queria nem isso."
'
Amanda Ourofino

sábado, 17 de abril de 2010

Medo de morrer de bonde

Estou agora em Budapeste com a Fabiana. Há tempos eu queria estar aqui.
Estamos em um hostel e essa noite uns alemães "#%¤§ foram super desrespeitosos e não paravam de fazer barulho. Eu pedi a eles para silenciarem, mas nada adiantou. Então pedi para que qualquer coisa os fizesse parar até que uma hora eles se calaram.
Depois daqueles barulhos desconfortáveis de gritos e música ruim, houve vácuo silêncioso e sonolento onde ruídos da minha mente ecoaram despertos de um longo sono.
Me lembrei de tempos há 10, 11 ou 12 anos. Períodos em que eu fui muito triste, em que eu senti muita dor e em que eu fui extremamente sozinha. Mas que, ao mesmo tempo, eu tive o que me sustentasse e permaneci de pé e não parei um minuto e fui em frente.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Cruzamentos



Ali, naquela mesma esquina, em tardes assemelhavelmente escuras, ouvi coisas muito distintas:

Pára, pára, pára!
x
Por favor, não para!
...
Não parei e nem quero parar.
Espero trombar em você outras tardes e outras horas do dia. E da noite.
Porque nessas trombadas pode ser que a gente se encaixe,
tenho fé que a gente se encaixe,
acho que vamos nos encaixar.
Vamos, nos encaixar?
Sigamos, encaixados, só até quando estiver bom!

Por favor, não pare você também!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Do tamanho do mundo

Sabe qual é a melhor coisa de fazer novos amigos e de conhecer pessoas de quem genuinamente gosto e com quem me importo?

Eu cresço!

Não, não tô falando de crescer no sentido de amadurecer, de aprender coisas novas com pessoas diferentes, de diferentes culturas e tal.
Estou falando do tamanho dos meus sentimentos. Porque... eu não sei como funciona para as outras pessoas, mas, no meu caso, quando eu começo a gostar muito de alguém*, as outras pessoas de quem eu já gostava não são excluídas do meu gostar, tampouco meu afeto diminui por nenhuma delas.

O meu gostar é inflável e vai aumentando, aumentando, aumentando num coeficiente de elasticidade infinito até caber todos por quem eu vou me afeiçoando. E, é claro, cresço junto. Afinal, o gostar tá dentro do meu peito e, pra caber tanta gente assim, é preciso que o meu peito cresça em igual proporção. Ao menos o peito cósmico.

E, desse jeito lá vou eu, crescendo sempre e esperando nunca parar. Daqui a pouco sou maior que o mundo!




*É claro que estou falando de amor fraternal. No caso de amor casal (ou par) eu acho que sou excludente de outras pessoas. Aliás, não excluo, mas passo a sentir outro tipo de amor. Tipo: sinto amor-casal(ou par) por determinada pessoa... a partir do momento que outra pessoa vira alvo desse amor, passo a sentir amor fraternal pela determinada pessoa de antes. Entendeu?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Tamanho não importa

Resolvi, já há algum tempo, mas só agora, depois da virada dos 30 é que parece que a coisa encaixou: não to interessada em saber o tamanho das coisas que vou viver... Tudo vem no tamanho ideal.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Já sei chutar a bola agora só me falta ganhar

"Tudo que eu quiser, eu vou tentar melhor do que já fiz,
esteja o meu destino onde estiver,
eu vou buscar a sorte e ser feliz!"
Michael Sullivan

sábado, 13 de março de 2010

Antes dos 30

Estou passando aqui rapidinho para escrever alguma coisa antes do meu aniversário de 30 anos. Vou comemorar jantando e dançando em Malmö com os meus amigos e saio daqui a pouco.

Uma coisa que eu pensei foi em expressar os desejos para a próxima fase da minha vida.
Quero, com certeza, continuar no mundo, trabalhar muito, com coisas que eu acredito.
Quero saúde,
Quero amigos.
Quero viagens, viagens e mais viagens.
Só não sei ainda se quero um novo grande amor. Ainda não sei se estou preparada...

Mas a pergunta é: será que algum dia vou estar?
Ou melhor, será que alguém algum dia está ou é das coisas que se tem que se meter por inteiro, como fazemos nos banhos de dias frios e chuveiros estragados?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Outros trens

E, como já previa, eu ia ficar parada na estação até quando eu quisesse.
Como parei de querer, entrei em outro trem.
Trem.
E tá me dando uma vontade de que esse trem engrene.
Esse e mais uns outros aí, especialmente um outro, pq, se aquele engrenar, o segundo acompanha no embalo.

E eu percebo que há mais trem na minha mineirice do que eu supunha.

terça-feira, 2 de março de 2010

O pulo do gato.

Eu estava aqui: quieta, decidida. Tinha deixado tudo, tudo para trás e superado totalmente o desejo bobo por abraços aconchegantes que me acompanhou nas primeiras semanas do ano. Eu era só tese, trabalho, direitos humanos e humanitários. Às vezes yôga e tarot, meus amigos e minhas viagens. E estava feliz com isso, bem-resolvida nas minhas ocupações independentes e solitárias.

Aí vc chega com um jeito de quem não vai ocupar espaço nenhum, tipo sem fazer barulho, tipo na ponta dos pés... Tipo um gato que só vai tomar quietinho o seu prato de leite e depois partir em sua agilidade felínica. E, nessas condições, eu deixo vc entrar. Certa de que o meu papel seria simplesmente o de colocar o leite no prato e depois te ver saltar ligeiro para sei lá onde - e nem me importaria saber. Certa de que seria como um trem que atravessa a ponte, pára rápido e segue adiante.

Mas, seu tempo era outro. Você demorou e depois demorou mais e depois demorou mais ainda. E, ao invés de ter ido embora, ainda tá aqui, andando por lugares para os quais eu não dei passagem, mas que você, sem eu perceber, acessou com sua calma. E está deitado, esparramado, exatamente como um gato folgado! Gato que eu, agora, estou morrendo de vontade de afagar, mas receio que, se o fizer, vai embora assustado, com toda a sua desconfiança nos seres humanos. Ou que, de medo, me arranhe. Se ao menos você soubesse que tipo de humana sou eu...

Como eu pude confiar em mim? Como eu pude ser tão boba de achar que eu consegueria manter a minha guarda? Como eu não sabia que você, com toda a sua lentidão - e por causa dela-, ia fazer tudo acontecer tão rápido?!?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Note to Self

Uma vez uma amiga me disse que a oportunidade é "uma coisa cabeluda na frente e careca atrás".


Foi uma das coisas mais sábias que alguém já me disse.

A foto é pra me ajudar a manter isso em mente. Tenho me esquecido. Não mais.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Fui lá


Como foi?
Não sei direito... não entendi o que lá aconteceu e nem o que acontecerá daqui pra frente.
Só sei o que eu senti.
Senti que foi bom, que foi legal... que foi melhor do que eu esperava e do que eu me lembrava.
E, se nada mais acontecer, já foi o massa o suficiente pra ter valido a travessura. Trouxe o sorriso que o meu rosto estampa enquanto escrevo essas palavras.
Siiiiim, valeu!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Passou.

Foi assim, como um sol.
Por favor, entendam, não foi qualquer solzinho. Não foi um desses sóis do tipo astro-rei, centro da via-láctea que se vê por aí.

Foi O SOL! Digno de todo o valor que lhe é atribuído na Escandinávia. Totalmente abastecido com o poder e a influência que detem sobre a vulnerável vida de uma brasileira-tropicana-de-coração-partido-recém-chegada-na-gelidez-nórdica.

Foi o DEUS-SOL!
Totalmente blindado e resistente a qualquer arma de manipulação que eu, àquela altura, carregava no meu cinturão de utilidades.

Me iluminou como o sol. Clareou rincões do mundo totalmente ocultos ao meu olhar até aquele momento. Possibilitou-me enxergar que delíros e imagens que tenho de olhos fechados são realidades possíveis com olhos escancarados. Trouxe à luz tantas das minhas sombras e coisas que eu tentava esconder e das quais eu tentava fugir.

Me aqueceu como o sol, e eu fiquei com sede voraz de saber e, por isso, eu soube mais. E ainda sei mais.

Me queimou como o sol. E, a final, essa queimadura era o que de mais importante e maduro eu poderia ter recebido naquele momento. Transpôs tão profundamente o meu ego e cauterizou minha alma, me aprontando para a nova vida que eu estava começando a viver.

Mas não era sol nenhum. Era um cometa. Extremamente iluminado, dourado, incandescente. Facilmente confundível com o próprio SEGUNDO SOL. Inesquecível! Visível a olhos das pessoas cheias de sorte. Mas, apenas um cometa.
Serei eternamente grata pela importância de sua passagem no céu da minha vida!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

sem sinal

Estou em Londres.
Sem mais nem menos, meu celular parou de funcionar. Desligou e nunca mais ligou. É a segunda vez que isso acontece comigo desde que estou morando fora do Brasil.
A primeira vez foi em Berlin e não foi exatamente assim, mas tambem fiquei incomunicável. E as duas vezes que aconteceu estava longe de casa, quando não tenho muito o que fazer.

E isso me causa um pavor enorme.

Sim, tenho todas as fotos das minhas viagens no meu celular, já que estou sem câmera.
sim, tenho centenas de músicas no celular e as ouço o tempo todo.
sim, meu celular também é meu relógio e meu despertador
sim, os enderecos das pessoas queridas para quem eu quero mandar postais estavam no celular. Assim como milhares de anotações sobre a viagem, números de documentos, etc, estao no celular.
sim, uso a internet do celular e é dessa forma que eu mando e recebo emails importantes quando estou fora.
sim, uso os mapas do celular.

NÃO, não é por nada disso que me deixa louca, triste, desesperada quando fico sem o bendito celular.

O que me deixa totalmente insegura, o que me tira a ginga, o que me tira o rebolado é o fato de que pode acontecer alguma coisa com o meu pai, minha mãe ou qualquer outra pessoa que eu amo no Brasil e eu nao vou ficar sabendo... vou, mas nao vao conseguir me achar!

Isso me tira o chão! Me afoga. Me deixa, ao mesmo tempo, desamparada e sem ar, como se eu estivesse trancada num cubículo totalmente escuro e abafado, mesmo estando jogada na vastidão das maiores metrópoles européias.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

fim.

Tô indo embora. Pra nunca mais voltar.
nunca mais.
Acabou quem era eu, até a última gota.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Legado

Dou adeus aos abraços apertados,
abrindo os braços ao seu legado:
LIBERAÇÃO!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Trechos roubados



Para que dizer alguma coisa se Drummond, com sua caneta, já abriu-me o coração?

"A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos."

Me pergunto: quando os desejos são correpondidos... de que cor é a tarde? Deve ser rosa!

De onde eu sou?

"Mundo, vasto mundo.
Mais vasto ainda é meu coração"*
que parece não ter lugar para caber
que não seja no centro da amplidão das esplanadas de sol e de vento desse Planalto que olho daqui; onde a maior parte do que eu sou e do que eu valorizo, parece ter algum sentindo.

Brasília, 10 de janeiro de 2010.



*Poema de Sete Faces
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Química é tudo... ou será física?

"Me pegue bem,
Misture alma e coração"

Grão de Amor
Arnaldo Antunes e Marisa Monte cantam.
Diz que foi composta por Carlinhos Brown e Marisa Monte

Depois de 29 de fevereiro...


Será que isso existe? Amor de verdade. Amor, de verdade... assim, daqueles que parecem de mentira? Daqueles em que as pessoas se relacionam e se respeitam? Respeito mesmo... sinceridade. Respeito mesmo na ausência de entendimento, concordância ou compreensão. Respeito no ciúme, na raiva... Repeito na insegurança. Daquelas coisas em que as pessoas se percebem inseguras e não jogam. OU, quando percebem, param o jogo. Daquelas coisas que as pessoas nunca irão diminuir a outra só porque elas mesmo estão se sentindo pequenas. Ou por nenhum outro motivo, já que se amam e se admiram e se acham grandes e querem que a outra pessoa sempre saiba disso e se sinta assim... Será que isso existe? Será?
Aquela coisa que as pessoas vivem e ficam maiores porque se somam - ou talvez até se multiplicam de bem infinito - enquanto estão vivendo. Enquanto estão vivendo, não para sempre. Ou para sempre, se para sempre for... o fato é que, não precisa ser para sempre, só precisa ser enquanto é real! Ou, citando o - tão batido, mas tão lindo e tão verdadeiro - texto do Poetinha: "que seja eterno enquanto dure".
Aquela coisa em que as pessoas são grandes e fortes quando estão juntas e são igualmente grandes e fortes quando estão separadas. Que não são metades, que são inteiros e individuais e que sabem que estão juntos porque querem e só por isso. Que respeitam o fato de serem indivíduos autônomos. Que aceitam o que não se quer dividir e que sentem gratidão imensurável por tudo que é dividido. Porque sabem que dividir é escolha e que é uma honra ter sido escolhido(a).
Aquela coisa que tem defeitos... mas que, na imperfeição e nos erros, faz dos envolvidos mais certos, porque eles se abrem, discutem, falam e aprendem. Aquela coisa que faz o melhor dos indivíduos vir à tona, mesmo que por caminhos, vez ou outra, tortuosos.
Aquela coisa em que as pessoas se sentem tão leves que são capazes de fecharem os olhos e flutuarem, se quiserem. Na verdade o peso agora está muito maior porque elas, mesmo sem se darem conta, estão levando o próprio peso e mais o peso do outro. Mas, o outro faz o mesmo. Então, por causa de alguma coisa mágica cuja fórmula oculta nenhum magnânimo das ciências exatas ainda foi capaz de desvendar, se pesa a metade do original. É... talvez o resultado dessa equação misteriosa seja o número desse amor que eu tô tentando falar. Vai saber. Vai sa-ber!
Sou das ciências humanas, então não me ocupa prová-lo. Me ocuparei é de experimentá-lo. Será que existe? E, existindo, será que resiste até depois de 29 de fevereiro? Ou será que depois de 29 de fevereiro vira 30 de fevereiro e pronto?
Espero que, algum dia na minha vida, eu acorde ao lado de alguém e perceba que é 1o de Março... apesar de todo o gosto e sensação de 30 de fevereiro.

Deus me ouça.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Tik-Taq

tic-tac
tiq-taq
tik-tak

Meu corpo é um calendário,
que soa vermelho o despertar de novos ciclos



Te Lembra de mim...
tiq-tak

nos dias em que quiseres esquecer o relógio.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O primeiro de nem tantos



Hoje estou em Goiânia e fui a um casamento com o meu pai.
Durante a festa o noivo subiu no palco e disse que essa era uma data muito importante para a família dele porque os avós dele haviam se casado nessa data também, e os tios e tal. Aí ele repetiu algumas vezes 8 de janeiro, 8 de janeiro... E essa data ecoou em mim.
De repente, eu me lembrei: dia 8 de janeiro foi o dia que eu dei meu primeiro beijo. Há exatos 16 anos. Hahaha! Engraçado isso. Faz mais anos do que eu beijei na boca pela primeira vez do que a idade que eu tinha no dia do beijo.
É claro que, como geralmente acontece com os primeiros beijos, o meu também não foi bom. Credo, foi nojento, eu detestei! Depois de tanto esperar... depois de treinar chupando cubos de gelo, pegando azeitona da xícara com a língua. E o tal do beijo era... aquilo!
Era sábado à noite e eu encontrei o menino no shopping. Ele era bonito e gente boa. Não sei se era exatamente inteligente, mas tinha cara de inteligente. E era meio estranho, como eu até hoje gosto. E eu era a fim dele. Mas, ele não era o menino pelo qual eu era apaixonada... esse, acho que nunca imaginava que eu gostava dele e era meu amigo e não era nada estranho. Ele nunca me dava moral. Aliás, até dava, mas... na época eu era inocente eu nunca sacava. (E continuo não sacando na maioria das vezes. Só que agora eu não acho mais que sou inocente, só sou tonta mesmo :/).
Mas, o assunto é o beijo: o beijo foi babado... não me lembro quando começou. Só sei que era férias e o shopping estava bem vazio e que estávamos sentandos numa fonte, conversando. E, de repente, foi... mas não sei se foi de repente mesmo... não me lembro mais. Só lembro que foi nojento, babado, que eu fiquei com a cara melada e queria limpar mas tinha vergonha... e que não queria mais, mas não tinha como fugir. No entanto, me lembro que os abraços eram bons. Eram bons mesmo, de verdade... tanto que não esqueci. E percebo que isso tem muito valor. Até hoje gosto taaanto de alguns abraços, que acho que são eles que me fazerm ficar com vontade de beijar :)Mas, no dia do primeiro beijo os abraços não foram suficientes e eu fiquei aliviada quando chegou a hora de a minha mãe me buscar.
Maaaaaaaaas, para a minha grande surpresa, no domingo seguinte, exatamente 8 dias depois de eu ter deixado de ser BV -como dizem os adolescentes multimídia de hoje - fui ao mingau da boate da minha cidade e, quem estava lá: quem, quem, quem? O menino nada esquisito por quem eu era apaixonada.
E, numa surpresa maior ainda, quando começou a tocar as músicas lentas, ele me convidou para dançar.

E, me beijou. E foi bom, muuuuito bom! O suficiente para eu não querer mais parar.