sábado, 23 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

11 de outubro de 2010

Hoje é dia de Maria, de São João, de Santo Antônio, de Natal, de ano novo, da poesia, do amor...
Mas que dia é dia de mim? São todos ou não é nenhum?
Que dia é o dia, aquele dia, tudo certo, tudo perfeito, eu decidindo, eu realizando. Que dia vai chegar esse dia onde tudo que eu penso acontece... quando eu serei a verdadeira bruxa. Onde todas as minhas expectativas realmente se realizarão.
Será que um dia vai chegar esse dia? Ou será que esse dia passou despercebido. Ou será que esse dia é agora?
Que ansiedade é essa que não me deixa viver e só esperar que o dia se die. Por que preciso tanto de esperar um dia se hoje é um dia?

Brasília, 30 de março de 2005.

O mar é meu


As línguas do mar lambem a terra, a areia...
Lambem a bunda das meninas, das metidas, das sereias
Lambem as pranchas, a parafina, a cabeleira...
E em ti eu me perco entre receio e desejo
Oh, mar, tens sede de que?
Qual é teu gosto? Que gosto é esse que procuras, que queres sentir?
Em ti me perco entre ficar e partir
Estará na perda a maravilha, o encanto?
Estarei em mim quando em ti? EStarei livre de mim quando em ti?
Em ti meus contornos são dissolvidos, e quando percebo já não sei mais se sou eu ou se sou ti.
Sou tudo, sou nada, sou do mundo, sou eu e sou Deus quando és meu e eu sou de ti.

Brasília, 06 de janeiro de 2006.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O que eu sei

Dissemos oi, depois de um tempo sem termos dito nada.
E aquele oi me fez lembrar o quanto é bom quando nos dizemos coisas, ou quando não dizemos nada, o cheiro, o sorriso, todos olhos e ouvidos.
E depois veio um adeus esquisito, mas que me trouxe a conta de que eu não queria mais os tempos de silêncio. E, como sou mulher de ir atrás dos meus quereres: fui!

Fui mesmo sem entender porque. Bem... fui sem entender, mas fui com sentir. Porque sabia bem dos batuques sacudidos daquele oi e do desencaixe agitado daquele adeus. Só que quando decidi ir, estava longe. Mas fui mesmo assim, porque sou mulher de ir atrás dos meus quereres e a viagem pro Brasil tava me mostrando que amanhã pode nunca passar de mera projeção. Então agora tornei-me mulher que vou atrás dos meus quereres incontinenti.

Disseram-me* que o Universo conspira a favor quando somos sinceros com o que queremos. Talvez por isso, dissemos oi de novo. Em seguida dissemos coisas e olhos e sorriso e lábios e cheiro e ouvidos e nada. Mais oi.

Também dissemos ciao. Dessa vez é ele quem pra vai longe. Tem data pra voltar logo. Mas nunca se sabe, também aprendi na minha mais recente viagem ao Brasil.

O que eu sinto, logo sei,  é que nosso ciao não teve jeito de adeus. Teve jeito de: olha, foi muito massa tudo que aconteceu entre nosso primeiro oi e esse momento de agora. Então, vamos simplesmente viver porque sabemos (eu sei e eu sei que ele sabe) que se for pra rolar, vai rolar. Sigamos tranquilos as nossas vidas que, quando for a hora, diremos oi de novo. Ou não. Em todo caso, o que já aconteceu foi catalogado como especial.

O que eu sei é que eu não tenho que me preocupar, se for pra valer, o Universo dirá amém.

Espera! É real, é pra valer: o Universo já disse amém.

GRATIDÃO!


*Quem me disse isso foi uma colega do mestrado do Tajiquistão. Mas ela disse que foi o Paulo Coelho que disse.